terça-feira, 9 de março de 2010

A novela das candidaturas


PT

De acordo com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, a Ministra da Casa Civil, Dilma Russeff, entregará o cargo entre os dias 29 e 30 de março para se dedicar à campanha presidencial. Em seu lugar assumirá a secretária-executiva Erenice Guerra, braço direito da candidata.
Dutra revelou ainda que Dilma receberá um salário em torno de R$10 mil, valor próximo do que recebe hoje como ministra - R$10.748.
Ao deixar a Casa Civil, Dilma perderá o direito de usar uma residência do governo no Lago Sul (área nobre da cidade) e, por isso, o PT também alugará dois imóveis para Dilma em Brasília: um escritório político e uma casa no mesmo bairro.

Tucanos

Do lado tucano a demora de Serra em oficializar a candidatura paralisa os planos do PSDB.
Além dos oponentes verem Dilma crescer nas pesquisas e se adiantar na questão logística da campanha, ainda ficam de mãos atadas em respeito às eleições ao governo de São Paulo.
Na capital paulistana, Geraldo Alckmin é apontado como favorito à sucessão de Serra, mas ainda, segundo o partido, não pode assumir a candidatura.
"Definir agora a candidatura do Geraldo é como dizer que o Serra, mesmo que queira sair candidato à reeleição em São Paulo, não vai ter essa chance", disse o Presidente do diretório paulista do PSDB, o deputado Mendes Thame.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A chapa tucana


Governador de São Paulo, José Serra, confirmou ontem à cúpula do PSDB que é candidato à Presidência da República.
Em evento comemorativo aos 100 anos de Tancredo Neves, o abraço entre os tucanos de Minas e São Paulo, Serra e Aécio, serviram apenas para dar ao PSDB um gostinho daquilo que é o grande sonho da maioria tucana: uma chapa com Serra e Aécio.
Porém, no mesmo evento, questionado sobre a intenção do PSDB em tê-lo como vice na chapa de Serra, Aécio disse: "Não adianta empurrar, empurrado eu não vou", frase eternizada pelo seu avô Tancredo Neves em 1985, quando foi pressionado pelo então deputado João Amazonas para assumir "posições radicais" para a época.

terça-feira, 2 de março de 2010

Padrões de manipulação na grande imprensa


Um ensaio de Perseu Abramo


1. O legado ético de Perseu Abramo e de Aloysio Biondi - por José Arbex Jr

Na apresentação, Arbex começa exaltando a mídia brasileira no sentido de sua qualidade técnica. A Rede Globo, por exemplo, pode ser equiparada com empresas de comunicação do mundo inteiro sem nada deixar a desejar. Motivo de orgulho? Não. “Azar o nosso”, diz Arbex. O poder de manipulação dessas empresas se torna gigante. Elas passam a ter em mãos a possibilidade de dar ao público apenas aquilo que lhe convêm. A guerra do Golfo, por exemplo, foi uma guerra sem mortes nem horrores na visão do povo que não tinha ou não queria ter acesso a outras fontes de informação que não os telejornais globais. Arbex expõe Abramo e Biondi como dois grandes mestres que mostraram como a imprensa constrói os fatos em base a manipulações e passa a ser “uma coluna de sustentação ao poder”. (O 4º poder)
A tecnologia traz a imprensa um novo padrão de manipulação não analisado por Abramo. A amnésia criada pela velocidade da informação.
“Se a imprensa constrói verdades e realidades irreais para manipular a população, podemos construir então uma grande enciclopédia das manipulações adotando ensinamentos de Abramo e Biondi”, finaliza Arbex.


2. A atualidade dos estudos do jornalista e professor Perseu Abramo - por Hamilton Octavio Souza

Hamilton inicia seu prefácio com breves dados acadêmicos profissionais de Abramo.
Algumas das pesquisas na área de manipulação na mídia e comparações entre a imprensa e os partidos políticos feitas por Abramo ficaram de lição para o próprio Hamilton, que foi aluno do professor Perseu Abramo.
Abramo trabalhou 15 anos como professor do curso de jornalismo da PUC-SP, de 1981 a 1996, ano de sua morte. Lecionou também na UnB e na UFBA. No campo prático, Abramo trabalhou nas redações de O Estado de S.Paulo, da Folha de S.Paulo e no Jornal dos Trabalhadores, do Partido dos Trabalhadores – PT.
Na época em que trabalhava na Folha, participou de greves que levaram a sua demissão do veículo e acompanhou criticamente o nascimento e implantação do Projeto Folha que trouxe a redação manuais e decretos.
Fala-se também de objetividade, falsa objetividade e das reais motivações que levam a imprensa a manipular a informação. Para Abramo a motivação das empresas em manipular, foge do campo econômico para reinar no campo da obtenção de poder, na lógica política.
Nisso a imprensa passaria então a adotar um discurso positivo oficial, como feito no governo FHC. Ou seja, ao invés da reportagem, a informação passa a ser as declarações do poder. A esse padrão de manipulação Abramo dá o nome de oficialismo, que mais tarde se transformaria em autoritarismo.
Esses modelos estudados por Abramo nos ajudam a entender hoje como jornalistas (egressos das universidades e conhecedores dessa técnicas) manipulam a informação por meio de ocultação, fragmentação ou inversão dos fatos. Com isso, aprendemos também a ler essas informações tentando fugir ao máximo da manipulação exercida pela imprensa.
Hamilton encerra seu texto falando da importância desse texto de Abramo, publicado junto com o texto de Aloysio Biondi para a formação de uma visão critica dos esquemas de manipulação, e para estimular a transformação e a formulação de um novo jornalismo.



3. Significado político da manipulação – por Perseu Abramo

“Uma das principais características do jornalismo no Brasil, hoje, praticado pela grande imprensa, é a manipulação da informação”.
Assim começa o texto de Perseu Abramo. Para ele, essa manipulação cria uma realidade irreal, ou seja, faz o público acreditar em uma realidade que não é real. Essa irrealidade passada como real, é na verdade a realidade que mais interessa a empresa de comunicação para a obtenção do poder segundo articulações políticas, como já comenta Hamilton Octavio Souza em seu texto.
Dito isso, Perseu Abramo passa a listar os padrões de manipulação por ele estudado.

1. Padrão de ocultação – É o padrão que se refere a ausência e à presença dos fatos reais na produção da imprensa .
2. Padrão de fragmentação – Eliminados os fatos definidos como não-jornalísticos, o resto é apresentado pela imprensa ao leitor não como uma realidade, mas como um real completamente despedaçado e estilhaçado.
3. Padrão de inversão – Fragmentado o fato em aspectos particulares, todos descontextualizados, entra o padrão de inversão que reorganiza as partes com troca de lugares, de importância. A substituição de uma pelas outras passa a criar uma realidade artificial.
4. Padrão de indução – Submetido, ora mais, ora menos, mas sistemática e constantemente, aos demais padrões de manipulação, o leitor é induzido a ver o mundo não como ele é, mas sim como querem que ele o veja.




“Padrões de Manipulação na grande imprensa”
Um ensaio inédito de
Perseu Abramo
63 páginas.
Editora Fundação Perseu Abramo.

Música


Fragmentos da época da faculdade (agosto de 2005)

Ainda não foi encontrado nenhum registro que possa dizer com exatidão quando se deu o surgimento da música. Muitos nem tentam arriscar palpites, enquanto outros acreditam que já na antiguidade, nos rituais do Homem de Neanderthal, os sons eram considerados presentes do Desconhecido e ganhavam uma conotação mágica dentro dos ritos de agradecimento, de passagens e tantos outros ainda não desvendados.

Os primeiros registros oficiais sobre a História da Música surgem na Grécia, em forma de mitologia. Conta-se que, após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, foi solicitado a Zeus a criação de divindades capazes de cantar as vitórias dos Olímpicos.

À música dão-se relações ligadas ao emocional do ser humano em praticamente todas as áreas e fases de sua vida. Segundo o estudante de Rádio e TV da Universidade São Judas, Fabio Banin, a música pode levantar ou derrubar alguém. “O humor da pessoa é fundamental na escolha do que vai ouvir, tocar ou compor. À música estão ligados sentimentos, lembranças e emoções.”afirma Banin.

O grande número de bandas formadas nas épocas do colegial ou faculdade comprova isso. É na adolescência e juventude que as pessoas mais procuram meios de expressar o que estão sentindo ou até mesmo de relaxar e tentar entender-se. Muitas das atuais bandas de sucesso nasceram dessa forma como os Engenheiros do Hawaii por exemplo, banda formada por três ex-estudantes de engenharia apaixonados por surf.

As trilhas sonoras e vinhetas das programações audiovisuais passaram a contextualizar o telespectador ou o ouvinte na programação do momento e até de que horas são. Atualmente a música faz parte da teoria da Agenda-Setting - teoria que fala sobre a rede de programação em horários fixos que vicia as pessoas a eles -. “Ninguém assiste a uma novela apenas pela trilha sonora do personagem, mas a música ajuda a chamar a atenção e situar as pessoas sobre o que está passando. A pessoa ouve a música e corre para a TV. A trilha passa a servir de despertador para o telespectador.” diz Banin.