sexta-feira, 6 de maio de 2011

7º Interprogramas de Mestrado


Estão abertas as inscrições para o 7º Interprogramas de Mestrado da Faculdade Cásper Lìbero.
O evento, que será realizado em novembro, aceita artigos de metres e mestrandos de todos os programas de mestrado do país.



Atenção alunos da Pós Graduação da Cásper Líbero, a organização do evento, que está a cargo do Profº Dr. Luis Mauro, está recrutando pessoas para ajudar na organização. 
Interessados podem enviar e-mail para: rafaolourenco@gmail.com

Jornalismo Cultural


Estão abertas as inscrições para o 3º congresso internacional de Jornalismo Cultural que acontecerá entre os dias 17 e 20 de maio no Sesc Vila Mariana (SP).
Para maiores informações clique aqui

terça-feira, 3 de maio de 2011

Metrô lotado é pleonasmo!



Hoje pela manhã, para variar, alguma força obscura do metrô de SP fez com que, entre oito e nove horas da manhã, mais ou menos, a linha vermelha conseguisse ficar ainda pior do que o normal. O normal é estar cheio, lotado, insuportável. Isso é o habitual (coitado dos pobres usuários). Agora, infelizmente, resolveram que isso não era suficiente. O cidadão tem que sofrer mais para usar o transporte público, afinal, se não pode usar o conforto do carro (confortavelmente parado no trânsito de SP) tem mais é que sofrer nos trens e ônibus da cidade!

O trágico é que qualquer problema já faz com que se reduza a velocidade dos trens, e, a frase "paramos para aguardar a movimentação do trem a frente" já virou sinônimo de "se f... galera, vão ter que se esmagar ai". Isso porque essa lentidão aumenta a quantidade de pessoas nas plataformas e, na mesma proporção diminui a paciência de quem está esperando. A consequencia disso é que as pessoas vão querer entrar no trem independente de caber ou não, pois o chefe não espera e, dizer que teve problemas com o metrô já é o mesmo que dizer que estava trânsito na Radial/Marginal às sete da manhã (Sério, novidade!!!).  

Até ai tudo bem. Esse é o preço de morar na maior cidade do país e de manter no governo o mesmo partido há duas décadas (praticamente um monopólio). O triste é ver no que as pessoas se tornam e o que são capazes de fazer em meio a essa situação. Hoje vi duas cenas no mesmo vagão que me fizeram sentir vergonha de ser humano.

A primeira, na estação Brás. Com o vagão totalmente lotado e com as pessoas já não sentindo algumas partes do corpo, quando parecia que a situação não poderia ficar pior, surge a estação Brás. Não sei de onde vem tanta gente, mas a lógica é meio simples. Lá quase ninguém desce e muitos querem entrar em um vagão já totalmente lotado. Na tentativa de contrariar as leis da física, a galera começa a entrar e empurra sem o menor pudor todos que estiverem a frente. 

Enquanto isso, nesse momento, uma senhora no espaço reservado a cadeiras de roda, segura um carrinho com uma criança pequena (ao que tudo indica com algum tipo de necessidade especial) e começa a suplicar - "Por favor, tenham cuidado, não! ai meu Deus....socorro, cuidado...por favor.." Ao que o povo ignora e entra na base da voadora e começa a responder para a senhora - "Quer conforto vá de taxi". (Nessa hora eu pensei, "quer ser humano não vá de metrô...") 

Mas o pior ainda estava por vir. Na Sé, quando mesmo quem não vai descer tem que sair para abrir passagem para quem está desembarcando, surge uma funcionária do metrô com um cadeirante pedindo licença para ajudar o moço. Até ai, normal. É habitual ver essa cena. 

Contrariando a normalidade e ignorando por completo o senso de humanidade e respeito, duas mulheres começam a brigar com a funcionária, desautorizando a preferência do cadeirante. Palavrões e palavras de total desrespeito foram proferidas a ambos. Ao fechar a porta, as duas mulheres começam a bater na porta e continuam reclamando da situação dizendo "- brasileiro é tudo idiota". Enquanto isso, o cadeirante, já do lado  de dentro, apenas assistia a cena. Além de limitado por sua deficiência, imagino a sensação de  humilhação pela situação gerada pelo seu direito defendido por lei (e por qualquer pessoa com o mínimo de noção) e totalmente ignorado pelas duas mulheres. 

A cena de hoje foi apenas um exemplo. O povo ainda não entendeu que temos que respeitar pessoas com deficiência e facilitar no que for possível. Qualquer um de nós poderia estar naquela situação, inclusive um filho nosso ou nossos pais. Faz bem praticar um pouco o senso de humanidade, que acredito haver dentro de todos nós (todos?, será?)

Mas enfim, (...) é complicado. Nessas horas sinto vergonha de ser humano, e, como diria um professor meu "não sei com que cara irei olhar para o meu cachorro quando chegar em casa"



domingo, 1 de maio de 2011

Sobre história e jornalismo


Livros didáticos aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula

Nas escolas de jornalismo, costumamos ouvir que "o jornalista é o historiador do presente", estamos o tempo todo escrevendo a história e relatando fatos que um dia possivelmente constarão nos livros didáticos e serão estudados por nossos filhos. Pois bem, isso é verdade. E o tempo passa muito mais rápido do que imaginamos e fatos que ainda estão frescos, já ilustram livros didáticos sem um distanciamento temporal histórico que acredito necessário para uma melhor compreensão do tema. 

Exemplo disso é a reportagem do jornal Folha de S.Paulo de hoje: "Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula"

Em primeiro lugar, é interessante ver como fatos vividos por qualquer cidadão brasileiro com pouco mais de 20 anos já constam no currículo dos alunos do ensino fundamental. Em segundo lugar, é uma boa oportunidade de se analisar como a história é feita e sua relação, muito forte nos dias atuais com o jornalismo. 

O historiador Keith Jenkins, no livro "A história repensada",  faz uma distinção entre o passado (aquilo que já aconteceu) e a história (aquilo que foi escrito/registrado sobre o passado). Sobre essa escrita/registro, Jenkins defende que a ação dos historiadores não é algo natural,  mas sim um constructo linguístico pautado em escolhas e interpretações subjetivas. À essa explicação podemos incluir o ofício do jornalista sem maiores problemas, afinal, ao narrar um fato, o repórter também fará uma leitura dos acontecimentos de acordo com escolhas e fatores subjetivos. 

A questão é que, nesse caso, esse "passado" registrado pelos jornalistas e agora interpretado por uma historiadora e aprovado pelo MEC, foi vivido pela maior parte dos hoje "universitários", irmãos, primos e até pais dos alunos que receberão essas informações. É aí, com a ausência desse distanciamento histórico, que fica mais claro os fatores de escolhas e interpretações feitas por jornalistas e historiadores.

Por ter vivido no Brasil durante os dois governos em questão, a maior parte das pessoas terá, a partir de suas experiências, critérios para julgar corretas ou não as informações contidas nos livros didáticos. Ao contrário, quando se trata de acontecimentos ocorridos há mais tempo, essa possibilidade de formação de opinião fica mais complicada e há uma tendência maior a entender a história como algo exato.

Assim como as narrativas da mídia, a história também deve ser entendida como algo interpretativo, até porque os registros jornalísticos são uma das principais fontes dos historiadores.

Bom, é difícil julgar a (im)parcialidade da historiadora responsável pelos livros didáticos, mas esse é um risco que se corre ao deixar que alguém precise de aprovação do MEC, durante a gestão do governo PT, para aprovar um texto que contenha análises sobre os governos PT e PSDB.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Encontro "Imagens errantes: Resistência e cultura de moda"


Clique na imagem para ampliar

Eventos Comunicação

9º Fórum de Pesquisa Cásper Líbero (Para alunos da Cásper)
Dias 25 e 26 de maio das 8h às 22h30
Confira a programação e inscreva-se aqui





O século Mcluhan
Dias 2 e 3 de maio
Teatro VIVO Rua Dr. Chucri Zaidan, 860 – Morumbi Veja o mapa
Confira a programação e inscreva-se aqui
Evento comemora 100 anos do nascimento de um dos mais importantes teóricos da Comunicação, o canadense Herbert Marshall Mcluhan, autor do livro "Understanding Media" - em português "Os meios de comunicação como extensões do homem".
Leia 100 anos Mcluhan em Observatório da Imprensa


Lançamento
"Comunicação, Jornalismo e Compreensão"
Dimas A.Kunsch e Luís Mauro Sá Martino (orgs)
Faculdade Cásper Líbero 5º andar (sala a definir)
A partir das 13h
Livro é o resultado de pesquisas desenvolvidas por membros do Grupo de Pesquisas do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero "Comunicação, Jornalismo e Epstemologia da Compreensão".






quarta-feira, 27 de abril de 2011

Comunicação, jornalismo e compreensão

Será lançado no dia 21 de maio a partir das 13h, na Cásper, o livro "Comunicação, jornalismo e compreensão", organizado pelos professores Dr. Dimas A. Künsch e Luís Mauro Sá Martino. O livro é resultado de pesquisas dos integrantes do grupo de pesquisa "Comunicação, Jornalismo e Epstemologia da Compreensão" da Faculdade Cásper Lìbero, e conta com pesquisadores da própria Cásper e também de outras instituições.

Para alegria do autor deste blog, além de reunir textos de grandes amigos, a obra contempla também o capítulo "Copa do Mundo no telejornalismo brasileiro" texto de minha autoria.

O livro "Mito e Comunicação: a importância da mitologia e sua presença na mídia", de Gabriel Lage Neto, também será lançado nesta mesma oportunidade. Confira entrevista com Lage clicando aqui.

Os dois livros são resultado do Mestrado em Comunicação na Contemporaneidade da Faculdade Cásper Líbero, que, em 2010, lançou também outros títulos com produção discente e docente.

Parabéns a todos os alunos e professores da Cásper!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Adeus Palestra!! Que venha logo a Arena!


W. Torre Jr. divulgou hoje em seu twitter algumas fotos das obras da nova Arena do Palmeiras. O empresário que ontem postou frases demonstrando desagrado com a demora da diretoria alviverde em questões burocráticas, hoje mudou um pouco o discurso e disse que "Contra a vontade de alguns o trabalho segue" e completou, "Adeus ao velho, bem vindo ao novo. Que venha logo para calar a boca de quem não quer o Palmeiras em 1"
É grande a alegria pela nova Arena, mas para quem já assistiu muitos jogos no Parque Antártica, doí ver as arquibancadas vindo abaixo....


A parcialidade das opiniões e o caso Requião



Publicado originalmente em Observatório da Imprensa

Existe uma tendência desde o surgimento dos grandes conglomerados de mídia, de acusar a imprensa de parcialidade e manipulação da informação. Durante muito tempo, enquanto veículos unilaterais, onde poucos falavam para muitos, e esses poucos para falar tinham que possuir ou estar dentro de meios técnicos e caros para isso (como emissoras de rádio e TV ou jornais), isso fazia mais sentido. Hoje, com a possibilidade de usar veículos de comunicação para opinar ou narrar determinados assuntos, muitos passaram a poder falar para muitos. O alcance da rede ainda é limitado se comparado a TV, e por isso uso o termo “muitos” ao invés de “todos”, mas ainda assim, o cenário mudou bastante – indo do “poucos para muitos” para o “muitos para muitos”.
Com essa evolução os envolvidos em um fato têm maior possibilidade de dar sua versão sem precisar esperar o famoso “direito de resposta” – nem sempre justo. É nesse cenário que fica claro a imparcialidade (natural, é não manipulação deliberada) da maior parte dos que tem poder de emitir discursos por qualquer meio de comunicação de acordo com seus interesses, preferências e vivências individuais.
Entendo que qualquer discurso é interessado e que falar em objetividade (narrar um fato de forma imparcial) é perigoso, ou no mínimo ingênuo. Na tentativa de trazer aqui uma versão possível sobre o acontecimento de ontem envolvendo o Senador Roberto Requião (PMDB-PR) tentarei mostrar a diferença das narrativas contadas pela mídia e pelo senador. No entanto, não vou cometer a irresponsabilidade de dizer que farei isso sem nenhuma preferência. Sou jornalista e tenho o meu lado, que neste blog, não é com nenhum patrão ou empresa, mas sim com alguns princípios da profissão – em especial o da liberdade.
Não vou me estender contando o fato, mas sim resumir como o contaram. Logo cedo, tive o primeiro contato com o acontecimento ao ver o nome de Requião no TT’s do Twitter. Em seguida, vi a reportagem feita pelo “Bom dia Brasil”, li matéria na versão on-line do Estadão, acompanhei um pouco da repercussão no twitter, em especial os posts do próprio senador Requião e por fim migrei para o site do senador.
O interessante de fazer este percurso é ver como cada um conta a história de acordo com o meio técnico em questão. Os critérios de escolha do que e como falar, são altamente interessados, e isso se justifica por um motivo simples – qualquer espaço na mídia é um espaço de poder, pois, na pior das hipóteses uma pequena parcela dos leitores/ouvintes irão acreditar no que foi dito – independente da veracidade ou da omissão/parcialidade que o individuo teve ao narrar os fatos.
A cada novo veículo, uma nova descoberta. Na Rede Globo, a matéria foi curta. Mostrou o lado do repórter que teve o gravador tomado pelo senador ao fazer uma pergunta que o incomodou, contou que o senador ameaçou bater no repórter e depois mostrou curtas palavras do filho de Requião defendendo o pai do repórter “inconveniente”. No Estadão, uma narrativa mais completa, contando tudo o que foi dito pela Globo e acrescentando um fato importante: Requião postou em seu site a gravação na íntegra, apagou o conteúdo e horas depois mandou seu filho devolver o gravador ao repórter.
No twitter, Requião se vangloriou de sua atitude e, por ter postado o áudio em seu site, ignorou o fato de: 1 – ter tomado a força o gravador de um repórter que tem direito de perguntar o que quiser ao senador já que se trata de pessoa pública, representante e funcionário do povo; 2 – ter apagado conteúdo de reportagem feita pelo jornalista e 3 – ter ameaçado bater no repórter (o que não seria novidade). Após cometer os atos narrados acima ainda postou no twitter a seguinte frase: “Alguns twitters, reflexo da má imprensa, bem que mereceriam bofetada. Sou civilizado. Quero apenas aprovar direito de resposta”.
A repercussão no twitter mostra opiniões diversas sobre o tema, que vão da defesa da liberdade do repórter ao apoio ao senador – um verdadeiro exemplo de homem justo – por ter postado o áudio da entrevista em seu site. As diferentes opiniões e o espaço (maior ou menor) concedido a elas nos meios de comunicação (redes sociais também são meios de comunicação) mostram a parcialidade do discurso, seja de pessoa física ou jurídica, que varia de acordo com preferências subjetivas de cada um e, claro, do local onde a pessoa se informou sobre o assunto.
Os meios de comunicação não são imparciais, e nem as pessoas. Infelizmente isso é algo muito difícil de se cobrar, apesar de necessário em alguns casos. A solução para não cair em armadilhas, é duvidar e procurar sempre outras fontes para uma análise comparativa antes de fazer julgamentos ou tirar conclusões.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Seminifinais do Paulistão

Segundo site da Federação Paulista de Futebol o jogo entre Palmeiras e Corinthians será realizado no estádio do Pacaembu no domingo às 16h (com transmissão em TV aberta). Apesar de alguns jogadores do time de Parque Antártica e até do técnico Luis Felipe Scolari terem afirmado anteriormente que não gostariam de jogar no Pacaembu por considerarem que lá é a "casa do Corinthians", após reunião realizada hoje com dirigentes dos quatro grandes de SP a FPF divulgou as datas e locais das partidas semifinais do Paulistão e confirmou o jogo no "Paulo Machado de Carvalho". Já a partida entre São Paulo e Santos será no Morumbi, sábado às 16h.

Aliados e inimigos


Já afirmei em textos anteriores que o futebol se tornou, antes de mais nada, negócio. Porém, às vezes acontecem coisas que nos fazem repensar esse reducionismo ao fator econômico. Classificados para a fase semifinal do Campeonato Paulista, Palmeiras e Corinthians, históricos rivais dentro de campo – que o diga as torcidas organizadas – fora de campo são aliados políticos. Talvez não como foram EUA e Inglaterra em época de guerra, na verdade, estão mais próximos de um EUA e URSS – aliados apenas e um determinado momento contra um inimigo comum e não por afinidades reais.

Nesta aliança, Juvenal Juvêncio aparece como o inimigo a ser combatido independente das rivalidades entre os times, e a questão política entra em cena na frente da questão econômica. A discussão da vez é “onde será realizado o derby Palmeiras e Corinthians?” Como o mando de jogo é do time alviverde, sua diretoria, torcida e jogadores, vêem como prejuízo mandar o jogo no Pacaembu, casa “imaginária” do rival. Solução financeiramente mais rentável seria então mandar o jogo no Morumbi, onde o público e a renda da partida poderiam ser bem maiores. Porém, por questões políticas, ambos vêem com maus olhos essa possibilidade pois não querem dar visibilidade ao inimigo (mas não eram Palmeiras e Corinthians inimigos?)

Apesar de nesse caso, o fator político impedir o reducionismo do futebol ao fator econômico, vale lembrar que os protagonistas do clássico em questão estão ambos construindo (ou pelo menos tentando) estádios modernos para abrigar suas equipes, o que dará a cidade de São Paulo pelo menos três opções de grandes palcos do futebol (e por que não de shows internacionais) e tirará da equipe do Morumbi o quase monopólio por ele exercido nesta questão.

A intersecção entre política e economia praticada pelos dirigentes do futebol fica muito clara neste caso pela famosa prática do lobby, tão bem exercido pelos clubes enquanto os torcedores se matam do lado de fora dos estádios. Agora, se Palmeiras e Corinthians erguerão mesmo seus novos e modernos estádio, só o tempo irá mostrar.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Da dissertação ao livro


Texto originalmente publicado no site da Faculdade Cásper Líbero

por Rafael Lourenço, Guto Lobato e Luis Mauro Sá Martino

http://www.casperlibero.edu.br/noticias/index.php/1969/12/31/da-dissertacao-ao-livro,n=5158.html


Gabriel Lage defendeu sua dissertação de Mestrado na Cásper Líbero em 2010. Quatro meses de trabalho depois, o texto se transformou em um livro, “Mito e comunicação: a importância da mitologia e sua presença na mídia”, publicado pela editora Plêiade e com lançamento previsto para maio deste ano.

Lage é formado em Letras pela Universidade da Amazônia, no Pará, e especialista em Gestão da Comunicação pela USP. Sua dissertação foi um estudo do programa infantil “Catalendas”, que resgata mitos e saberes populares da região norte.

Nesta entrevista, o autor fala do processo de escrita do livro e de seu trabalho com os mitos – para Lage, além de assunto sério, a mitologia “é essencial para a compreensão de nossa vida”.

Para quem está começando o mestrado ter a dissertação publicada é um objetivo distante. Como foi esse processo para você?

Quando entrei na Cásper percebi que havia feito a escolha certa, pois o tema de narrativas míticas, compreensão e oralidade está diretamente ligado a uma das disciplinas lecionadas pelo meu orientador, professor Dimas Künsch. Durante uma reunião de orientação, já na fase final, ele sugeriu que o trabalho poderia virar livro, mas só voltamos a falar no assunto após a defesa.

Contando o trabalho de revisão, feito por Renata Barranco e Guilherme Saltini, editoração, inserção de textos novos, como o das orelhas, escrito pelo professor Dimas, e o prefácio, escrito pelos professores José Eugênio Menezes e Mônica Martinez, a adaptação levou cerca de quatro meses.

Sua pesquisa defende que “mito é assunto sério”. Como você explica a importância dos mitos, e o que o levou a realizar este projeto?

Eu costumava ver as narrativas míticas apenas como histórias de grande valor cultural. Através da leitura de estudiosos como Joseph Campbell, Mircea Eliade e Karen Armstrong, entendi que a mitologia é essencial para a compreensão da nossa vida e do mundo em que vivemos. Campbell diz que todas as narrativas míticas são pistas. Se soubermos interpretá-las, veremos que estão aí para nos auxiliar e servir de exemplo durante a nossa própria jornada. Escolhi este tema para tentar atrair a atenção para essas riquíssimas histórias.

Na sua dissertação você analisou um programa de TV, o Catalendas. Qual a relação dele com essas premissas?

O Catalendas apresenta às crianças histórias que dificilmente seriam contadas pela programação infantil dominante, usando padrões que incitam o interesse e facilitam a compreensão. Os telespectadores percebem que a vida não precisa ser tão complicada e que a mesma coisa que apavora pode ser vista de outra maneira se for compreendida devidamente.

É possível afirmar que “compreender as diferenças” é um papel da mitologia na televisão? Você acredita que isso poderia diminuir alguns preconceitos?

Acredito que se houvesse maior conhecimento sobre a cultura de todas as regiões do país, o preconceito seria menor. Se uma diversidade de expressões culturais tivesse maior espaço na mídia, esse papel de fazer compreender as diferenças, que também é da mitologia, seria bem desempenhado. O programa Catalendas mostra isso.

Você afirma que costuma ser pequeno o conhecimento dos brasileiros sobre as expressões culturais do país. Podemos esperar que outros programas educativos surjam na TV aberta para cumprir esse papel?

Por mais difícil que seja é possível ter esperança sim. O próprio Catalendas voltará a ser produzido este ano e há ainda o “Cocoricó” também da TV Cultura, que tem todo um perfil educacional. O grande desafio é a disputa com os diversos programas infantis que têm como finalidade a promoção de produtos.

Por conta de um certo encantamento tecnológico, há quem considere os meios digitais como expressões da modernidade e as formas tradicionais de relato como arcaicas. O que há de intrigante na oralidade quem a mantém como elemento fundador de culturas até hoje?

Tudo começa na oralidade. No livro falo que todos nós somos contadores de histórias em potencial. Até a pessoa mais calada, indagada sobre um assunto de seu interesse, fala por horas. A oralidade é o meio de comunicação mais simples que existe, está presente no rádio, na TV, e até na Internet.

Em geral, quem termina uma fase na vida acadêmica se programa para uma próxima. Quais são os próximos planos?

Pretendo seguir na vida acadêmica. Quero ingressar no doutorado ainda em 2011, e continuar no grupo de pesquisa Comunicação, Jornalismo e Epistemologia da Compreensão. Profissionalmente, tenho a intenção de atuar como docente e, quem sabe, escrever outros livros.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O futebol como negócio


Postado originalmente em Observatório da Imprensa:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=636TVQ001


Já faz muito tempo que o futebol é mundialmente encarado como negócio. Porém, nesse quesito, há uma grande diferença entre o Brasil e a Europa, por exemplo. Refiro-me ao papel exercido pela "toda poderosa" Rede Globo de Televisão neste esporte tão importante para a cultura nacional.

Há estimativas de que, no Brasil, em média 70% da receita dos times venha dos direitos de transmissão vendidos às grandes redes de TV, enquanto na Inglaterra esse número fica em cerca de 25% e na Itália 39%. A principal razão disso é que na Europa os clubes conseguem lucrar consideravelmente com ingressos, venda de material esportivo personalizado e outras atividades comerciais. Não pretendo com isso dizer que apenas no Brasil o futebol é um "telespetáculo", mas sim, apontar a dependência criada entre os clubes e os canais de TV e o poder de definição que estes últimos ganham sobre os primeiros.

Por estes dias, nos está sendo permitido assistir – por canais alternativos, já que a principal atriz do espetáculo, a Globo, se recusa a falar sobre o assunto – negociações envolvendo cifras milionárias pelos direitos de transmissão do futebol nacional. Para se ter uma ideia do tamanho do negócio, estima-se que será pago pela Rede Globo algo em torno de 110 milhões de reais por ano para apenas um clube (Corinthians) na participação de um único campeonato (Brasileiro), fora os outros times, que também provavelmente negociarão à parte, já que dessa forma conseguem mais dinheiro do que o oferecido pelo Clube dos 13.

"Identidades formadas e transformadas"

Justificativa possível de tamanho investimento na aquisição dos direitos de transmissão do futebol é o gosto do brasileiro por este esporte, não criado, mas largamente trabalhado e incentivado pela mídia, e o consequente retorno publicitário gerado pela associação de marcas privadas ao esporte favorito da nação.

A lógica exposta acima não é nova, mas explica, em parte, o apelo tão grande das emissoras de TV na veiculação do futebol. Na última Copa do Mundo, por exemplo, no Jornal Nacional, um dos principais meios de informação de milhões de brasileiros, o tema chegou a ocupar sozinho quase 80% do tempo do programa, fazendo parecer que durante o Mundial mais nada acontecia no país.

Puxando essa discussão um pouco para o campo teórico, no livro A identidade cultural na pós-modernidade Stuart Hall, defende que, "as identidades nacionais não são coisas com as quais nascemos, mas são formadas e transformadas no interior da representação" e depois explica que "uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos. [...] As culturas nacionais, ao produzirem sentidos sobre "a nação", sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades".

TV brinca com a paixão que ajuda a construir

Seguindo por essa seara, é possível sugerir que o alto apelo do futebol na mídia e a construção de uma "comunidade imaginada" de brasileiros, onde não há espaço para outros assuntos que não o futebol (especialmente em época de Copa do Mundo), serve como construção política de uma identidade nacional, necessária para a manutenção do esporte enquanto combustível do sistema capitalista.

O problema disso tudo é que, apesar do alto apelo e exploração da imagem do futebol, o torcedor, aquele que gosta mesmo do esporte, acaba sendo punido. Ao participar do jogo como principal fonte de renda dos clubes, a televisão, se por um lado trabalha como grande incentivadora do gosto pelo futebol, por outro, escolhe os horários dos jogos – geralmente péssimos para quem deseja ir aos estádios, como jogos durante a semana com início às dez da noite –, ignora vários clubes, dando prioridade apenas aos de maior torcida, transmite para alguns estados, majoritariamente jogos de times cariocas e não das equipes locais, compra determinado evento esportivo apenas para tirar a possibilidade da emissora concorrente transmitir e consequentemente o torcedor poder assistir, ou seja, brinca com a paixão de um povo que ela própria ajuda a construir.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Revoltante


O que foi aquilo na prefeitura de SP ontem??? Que absurdo! A forma como a polícia enfrentou os estudantes é inaceitável, é revoltante!

Estudante não é bandido, é instruído, reclama direitos e protesta absurdos. Fala demais. Reclama coisas que o governo não quer que venha a público. Em suma, atrapalha o trabalho dos verdadeiros bandidos, que estão no poder público roubando os nossos direitos, aprovando, por exemplo, - no mesmo espaço onde semanas atrás aprovaram aumentos milionários para eles prórprios - aumento de R$5 no salário mínimo. É bom saber que quem depende do mínimo em breve poderá comer duas coxinhas a mais por mês. Revoltante!!!

Que país é esse, onde os estudantes apanham, os bandidos são legitimados por voto público e o trabalhador...coitado do trabalhador..sofre..

Temos que repensar essa democracia em que vivemos. Queremos viver assim?



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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O futebol e a passividade popular


Publicado originalmente no Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=628FDS009

Após ver, mais uma vez, cenas de vandalismo e protesto por conta da derrota de um time do futebol, alguns pontos importantes surgem para serem pensados. Com certeza, pelo fato de tanta reclamação e comoção não se aplicarem a questões de maior importância social e humana – como a precariedade dos hospitais, segurança, educação etc. – elementos históricos e políticos devem ser observados.

Porém, por se tratar de um canal tradicionalmente dedicado à crítica e à observação da imprensa, vale um olhar sobre este assunto a partir do papel da mídia enquanto agente incentivadora dessa identidade cultural largamente usada para classificar o brasileiro como povo que se preocupa e protesta por melhorias em seu clube de futebol, mas não faz o mesmo em relação à sua cidade e país.

Como exemplo disso, no dia seguinte à eliminação do Corinthians pele o modesto time colombiano Tolima, em uma emissora de televisão (Band) onde às 11h15 da manhã tem início uma programação diária sobre esportes (entenda-se, futebol) que se arrasta até quase às 15h, por volta de 13h30, Datena, Neto e Ceará, começam a questionar a revolta dos corintianos (que quebraram tudo ontem), dizendo que "para outros assuntos o brasileiro não reclama com tamanha veemência".

Logo em seguida, em gravação no Parque São Jorge que mostrava os estragos feitos pela torcida do Corinthians, aparece em cena um famoso repórter esportivo da Rede Record. Datena, ao reconhecer o jornalista, nomeia a emissora concorrente e alerta: "Fiquem na Band, não mudem para a Record, lá não tem programa esportivo agora."

Marketing não entra em campo

A paixão do brasileiro pelo futebol pode não ser gerada pela mídia, é bem anterior ao surgimento da televisão, por exemplo. Mas que a insistência (em especial do programa citado, que apesar de passar mais de três horas diariamente discutindo futebol, questiona tais exageros) tem papel fundamental na formação dessa "identidade nacional", isso tem. Afinal, se querem que o povo brasileiro reclame do governo suas necessidades básicas, por que o próprio Datena, com a visibilidade que tem na mídia, não fala menos de futebol e começa a apresentar matérias sociais e denúncias que sensibilizem a população a reclamar seus direitos?

O povo (apesar dos problemas da generalização, uso a palavra povo em referência à forma como foi usada pelo programa esportivo citado), em alguma medida segue o padrão representado pela mídia e pelo seu país. A TV insiste no futebol porque ele é muito mais que um esporte, está além do elemento cultural que representa. O futebol faz parte do jogo político e econômico.

Da mesma forma que esse "povo" reclama apenas do futebol, o Estado comemora a realização de uma Copa do Mundo em um país que não consegue sanar várias necessidades básicas da população. Do outro lado do jogo, as grandes redes de comunicação se aproveitam dessa paixão dos brasileiros para lucrar milhões por meio da formação de torcedores-consumidores e de contratos publicitários milionários com empresas privadas – em especial empresas de cerveja, elemento que segundo a mídia, alimenta os nossos "guerreiros" da seleção e não pode faltar nas comemorações pois "combina com tudo, principalmente com você".

O futebol, sem dúvida alguma, é fator cultural e paixão inquestionável do brasileiro. É saudável, é esporte, diversão e saúde. Porém, há um outro futebol (o que aparece na mídia) e que serve àqueles a quem o interesse é o lucro, acima do esporte. Vale lembrar que os responsáveis pela direção do Corinthians, eliminado pelo modesto Tolima, passaram os últimos tempos se preocupando majoritariamente com o marketing da "empresa" Corinthians na tentativa de tornar o clube uma "marca" forte. Se esqueceram que marketing não entra em campo e que deixar o futebol de lado pode ser um perigo até para quem só está preocupado com o lucro, e não com a beleza do espetáculo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Educar e entreter: a construção da cidadania e a busca pela audiência na TV


BARBOSA, Sílvio Henrique Vieira. “TV e Cidadania”. São Paulo: All Print Editora, 2010, 104P.

Resenha publicada originalmente na revista Líbero


De um lado, uma visão predominante entre aqueles que vêem a TV como mero meio de exploração econômica, como os apresentadores Ratinho e Raul Gil, que apostam na busca da audiência a qualquer custo para manterem seus salários e status no veículo. Na direção oposta, a Constituição Brasileira que mostra o que se deve esperar da mídia e aponta, no artigo 221 que “A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I – Preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas [...]”.
O parágrafo acima é parafraseado de “TV e Cidadania”, livro de Sílvio Henrique Vieira Barbosa. Acrescido da pergunta “é possível conciliar essas duas visões de mundo tão diferentes?”, fazem a provocação inicial do que se pode esperar das 104 páginas do texto. Como boa provocação, não pretende uma resposta absoluta. Gera, sim, bons dados, apontamentos e visões sobre o tema.
Assunto já discutido pelo autor em sua tese de doutorado, defendida na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 2005, a obra está dividida em três partes e começa com uma exposição sobre “Os direitos fundamentais do Homem”, onde o autor fala sobre a origem, na filosofia grega, da noção de direitos humanos. Na primeira parte, o autor questiona a noção de cidadania e conclui que, “ser cidadão de um Estado Democrático significa ter acesso pleno a todos os direitos individuais e políticos, sociais e econômicos que assegurem uma vida digna ao ser humano em sua relação com a comunidade e a sociedade” (p.27).
“A Educação e a Comunicação” é o título do segundo capítulo e aponta a educação como fundamental para o desenvolvimento da cidadania. A partir da adaptação de um texto do educador colombiano José Bernardo Toro, o autor mostra a importância da educação para a sobrevivência na sociedade moderna e lista como capacidades fundamentais: ler, escrever, calcular, resolver problemas, analisar e interpretar fatos, compreender e atuar em seu entorno social, receber criticamente os meio de comunicação, fazer bom uso da informação acumulada e saber planejar, trabalhar e decidir em grupo. Para melhor exemplificar a educação como meio de sobrevivência na sociedade, Barbosa mostra, na comparação entre um bairro pobre e um rico de SP, “um indício claro de que a falta de acesso à educação encontra-se no mesmo nível rasteiro da ausência dos demais direitos do cidadão, como saúde, segurança e trabalho. [...] é pela educação que o indivíduo se torna consciente e, também, detentor dos direitos de cidadão” (p.40). A habilidade de “receber criticamente os meios de comunicação” ganha destaque na obra, fecha a primeira parte do livro e prepara terreno para a Parte II, que se propõe a discutir mais diretamente a TV enquanto rede midiática e suas funções na sociedade.
Ponto forte do livro, no capítulo três, o autor mostra como as tevês, com raras exceções, representadas pelas tevês educativas financeiramente dependentes do governo, são diretamente dependentes do mercado. É o critério do índice de audiência, que define o valor da inserção comercial, que irá garantir, ou não, se um programa terá sucesso de público ou se, em caso contrário, deverá passar por reformulações ou, mesmo, ser tirado do ar (p.53).
Neste capítulo, o autor mostra como “a TV se tornou refém da imagem, independentemente de sua importância no contexto social ou político” (p.56). Segundo ele, a escolha sobre qual assunto abordar depende mais dos interesses políticos e econômicos do que dos interesses públicos (p.57). A preocupação com a degradação do jornalismo é explicitada na afirmação, “na guerra pela informação e pelos pontos no Ibope, a mídia abre mão dos preceitos básicos do bom jornalismo: ouvir todas as partes envolvidas, procurar conferir as informações antes de divulgá-las, e não condenar previamente simples suspeitos ou acusados” (p.63).
Após expor o alto índice de violência na televisão, Barbosa procura mostrar exemplos de técnicas eficazes de como transmitir a “educação para a cidadania na televisão” e o Edutainment (Entertainment Education), explicado como a possibilidade de se oferecer educação de uma forma lúdica e atrativa e o Merchandising Social (inserção de temáticas sociais ao longo da programação) são as opções descritas.
Para finalizar a Parte II, o capítulo quatro, intitulado “Cidadania na TV: Uma pesquisa junto aos setores ligados à educação/cidadania” versa sobre o conteúdo de alguns programas de televisão e as expectativas e opiniões de entidades sobre o tema.
A terceira parte do livro se encarrega da conclusão. Aqui, o autor pontua algumas dificuldades do uso da mídia para a educação em uma sociedade onde, “a visão ainda dominante é que a escola procura formar cidadãos e a mídia, apenas consumidores” (p.93), e afirma caber “à escola, ao se esforçar para formar cidadãos, formar também telespectadores críticos, que não se deixem manipular como pessoas ou como consumidores” (Ibidem).
Do lado positivo, o Merchandising Social, citado como possível solução, “trata-se de uma prática bem sucedida e um exemplo espetacular de como a ficção, ao ser misturada com reais questões sociais, pode colaborar intensamente na educação para a cidadania” (p.94).
Para que o público possa ser educado e receba criticamente o conteúdo da televisão, o autor finaliza o texto defendendo a “inclusão do estudo da mídia no currículo escolar” e a “regulamentação da Constituição no que se refere ao dever das mídias eletrônicas de investirem em programas voltados para a formação da cidadania” (p.98).
Com formação strictu sensu em Direito e Comunicação, Barbosa une com maestria nesta obra questões fundamentais sobre as obrigações legais dos meios de radiodifusão enquanto concessões públicas e o que os telespectadores deveriam receber dessa concessão. Como provocação lançada no início do livro sobre a possibilidade de unir os interesses comerciais à noção de cidadania, o autor lança luz ao exemplificar casos de sucesso na tevê. Porém, mostra que a maioria dos casos positivos está nas tevês por assinatura, restritas a apenas 8,4% dos lares brasileiros. Há muita luta pela frente para se atingir o ideal de “TV e Cidadania”, mas a leitura dessa obra é um caminho esclarecedor para se entender o estado da questão e traçar planos plausíveis para esse casamento possível.