segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dominique Wolton na Cásper. Informar é Comunicar?


Informar, significa, necessariamente comunicar? Com uma resposta negativa a essa pergunta, o sociólogo francês Dominique Wolton iniciou, na tarde da terça-feira, dia 26 de outubro, na Cásper, o seminário “Imagem e Informação”, promovido pelo Grupo de Pesquisa Comunicação e Cultura Visual, do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero.

Durante sua palestra, Wolton apresentou aos presentes algumas de suas posições sobre a disjunção entre Informar e Comunicar, seu ponto de vista positivo a respeito dos veículos de comunicação de massa e negativos em relação a Internet.

Negociação e respeito às diversidades culturais foram alguns dos argumentos de Wolton para a efetividade do processo comunicacional. Para o sociólogo, o ato apenas de informar, não é suficiente gerador de comunicação. Disso depende, além das condições do receptor, uma constante relação em dois sentidos: negociação e coabitação. “Há liberdade de comunicação. Você pode dizer o que quiser mas o outro pode aceitar ou não a sua fala. Por isso, conseguir atenção é um constante ato de negociação, não basta apenas lançar a informação”.

Questionado sobre a responsabilidade dos jornalistas no processo de transformar informação em comunicação, Wolton afirmou que devem parar de apenas produzir informações e levar em conta o entendimento e as condições do receptor, sejam sociais, geográficas ou culturais.

Com posições um pouco diferenciadas em relação aos veículos de massa e a Internet, Wolton, em defesa aos “mass media” alegou que o receptor é “menos bobo do que se pensa” e não é manipulado e alienado pelos meios como muitos dizem. Por outro lado, a Internet, com um “sem número” de emissores possíveis, lança conteúdos por vezes grosseiros na rede sem nenhuma (ou pouca) possibilidade de fiscalização. “É fácil produzir e distribuir informação para a Internet. Mas para comunicar não basta essa rapidez, precisa tempo, negociação e coabitação”.

Wolton encerrou sua palestra citando o Brasil como um país onde, apesar de existirem problemas sérios de preconceito, há coabitação como em poucos outros lugares e afirmou sermos privilegiados pois sabemos conviver em paz. Ao encerrar, pediu, “Tentem manter essa coabitação, ela é rara em outros países”.
Original em: http://t.co/9xPtnP4

Um comentário:

  1. Falta para muitos jornalistas entenderem o significado de "compreender". A maioria apenas repete como papagaios enfileirados em suas redações material de outros.

    O G1 virou o grande pauteiro, logo nas faculdades as aulas de pauta vão se resumir a apresentação do site G1.

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