sexta-feira, 6 de maio de 2011

7º Interprogramas de Mestrado


Estão abertas as inscrições para o 7º Interprogramas de Mestrado da Faculdade Cásper Lìbero.
O evento, que será realizado em novembro, aceita artigos de metres e mestrandos de todos os programas de mestrado do país.



Atenção alunos da Pós Graduação da Cásper Líbero, a organização do evento, que está a cargo do Profº Dr. Luis Mauro, está recrutando pessoas para ajudar na organização. 
Interessados podem enviar e-mail para: rafaolourenco@gmail.com

Jornalismo Cultural


Estão abertas as inscrições para o 3º congresso internacional de Jornalismo Cultural que acontecerá entre os dias 17 e 20 de maio no Sesc Vila Mariana (SP).
Para maiores informações clique aqui

terça-feira, 3 de maio de 2011

Metrô lotado é pleonasmo!



Hoje pela manhã, para variar, alguma força obscura do metrô de SP fez com que, entre oito e nove horas da manhã, mais ou menos, a linha vermelha conseguisse ficar ainda pior do que o normal. O normal é estar cheio, lotado, insuportável. Isso é o habitual (coitado dos pobres usuários). Agora, infelizmente, resolveram que isso não era suficiente. O cidadão tem que sofrer mais para usar o transporte público, afinal, se não pode usar o conforto do carro (confortavelmente parado no trânsito de SP) tem mais é que sofrer nos trens e ônibus da cidade!

O trágico é que qualquer problema já faz com que se reduza a velocidade dos trens, e, a frase "paramos para aguardar a movimentação do trem a frente" já virou sinônimo de "se f... galera, vão ter que se esmagar ai". Isso porque essa lentidão aumenta a quantidade de pessoas nas plataformas e, na mesma proporção diminui a paciência de quem está esperando. A consequencia disso é que as pessoas vão querer entrar no trem independente de caber ou não, pois o chefe não espera e, dizer que teve problemas com o metrô já é o mesmo que dizer que estava trânsito na Radial/Marginal às sete da manhã (Sério, novidade!!!).  

Até ai tudo bem. Esse é o preço de morar na maior cidade do país e de manter no governo o mesmo partido há duas décadas (praticamente um monopólio). O triste é ver no que as pessoas se tornam e o que são capazes de fazer em meio a essa situação. Hoje vi duas cenas no mesmo vagão que me fizeram sentir vergonha de ser humano.

A primeira, na estação Brás. Com o vagão totalmente lotado e com as pessoas já não sentindo algumas partes do corpo, quando parecia que a situação não poderia ficar pior, surge a estação Brás. Não sei de onde vem tanta gente, mas a lógica é meio simples. Lá quase ninguém desce e muitos querem entrar em um vagão já totalmente lotado. Na tentativa de contrariar as leis da física, a galera começa a entrar e empurra sem o menor pudor todos que estiverem a frente. 

Enquanto isso, nesse momento, uma senhora no espaço reservado a cadeiras de roda, segura um carrinho com uma criança pequena (ao que tudo indica com algum tipo de necessidade especial) e começa a suplicar - "Por favor, tenham cuidado, não! ai meu Deus....socorro, cuidado...por favor.." Ao que o povo ignora e entra na base da voadora e começa a responder para a senhora - "Quer conforto vá de taxi". (Nessa hora eu pensei, "quer ser humano não vá de metrô...") 

Mas o pior ainda estava por vir. Na Sé, quando mesmo quem não vai descer tem que sair para abrir passagem para quem está desembarcando, surge uma funcionária do metrô com um cadeirante pedindo licença para ajudar o moço. Até ai, normal. É habitual ver essa cena. 

Contrariando a normalidade e ignorando por completo o senso de humanidade e respeito, duas mulheres começam a brigar com a funcionária, desautorizando a preferência do cadeirante. Palavrões e palavras de total desrespeito foram proferidas a ambos. Ao fechar a porta, as duas mulheres começam a bater na porta e continuam reclamando da situação dizendo "- brasileiro é tudo idiota". Enquanto isso, o cadeirante, já do lado  de dentro, apenas assistia a cena. Além de limitado por sua deficiência, imagino a sensação de  humilhação pela situação gerada pelo seu direito defendido por lei (e por qualquer pessoa com o mínimo de noção) e totalmente ignorado pelas duas mulheres. 

A cena de hoje foi apenas um exemplo. O povo ainda não entendeu que temos que respeitar pessoas com deficiência e facilitar no que for possível. Qualquer um de nós poderia estar naquela situação, inclusive um filho nosso ou nossos pais. Faz bem praticar um pouco o senso de humanidade, que acredito haver dentro de todos nós (todos?, será?)

Mas enfim, (...) é complicado. Nessas horas sinto vergonha de ser humano, e, como diria um professor meu "não sei com que cara irei olhar para o meu cachorro quando chegar em casa"



domingo, 1 de maio de 2011

Sobre história e jornalismo


Livros didáticos aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula

Nas escolas de jornalismo, costumamos ouvir que "o jornalista é o historiador do presente", estamos o tempo todo escrevendo a história e relatando fatos que um dia possivelmente constarão nos livros didáticos e serão estudados por nossos filhos. Pois bem, isso é verdade. E o tempo passa muito mais rápido do que imaginamos e fatos que ainda estão frescos, já ilustram livros didáticos sem um distanciamento temporal histórico que acredito necessário para uma melhor compreensão do tema. 

Exemplo disso é a reportagem do jornal Folha de S.Paulo de hoje: "Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam Lula"

Em primeiro lugar, é interessante ver como fatos vividos por qualquer cidadão brasileiro com pouco mais de 20 anos já constam no currículo dos alunos do ensino fundamental. Em segundo lugar, é uma boa oportunidade de se analisar como a história é feita e sua relação, muito forte nos dias atuais com o jornalismo. 

O historiador Keith Jenkins, no livro "A história repensada",  faz uma distinção entre o passado (aquilo que já aconteceu) e a história (aquilo que foi escrito/registrado sobre o passado). Sobre essa escrita/registro, Jenkins defende que a ação dos historiadores não é algo natural,  mas sim um constructo linguístico pautado em escolhas e interpretações subjetivas. À essa explicação podemos incluir o ofício do jornalista sem maiores problemas, afinal, ao narrar um fato, o repórter também fará uma leitura dos acontecimentos de acordo com escolhas e fatores subjetivos. 

A questão é que, nesse caso, esse "passado" registrado pelos jornalistas e agora interpretado por uma historiadora e aprovado pelo MEC, foi vivido pela maior parte dos hoje "universitários", irmãos, primos e até pais dos alunos que receberão essas informações. É aí, com a ausência desse distanciamento histórico, que fica mais claro os fatores de escolhas e interpretações feitas por jornalistas e historiadores.

Por ter vivido no Brasil durante os dois governos em questão, a maior parte das pessoas terá, a partir de suas experiências, critérios para julgar corretas ou não as informações contidas nos livros didáticos. Ao contrário, quando se trata de acontecimentos ocorridos há mais tempo, essa possibilidade de formação de opinião fica mais complicada e há uma tendência maior a entender a história como algo exato.

Assim como as narrativas da mídia, a história também deve ser entendida como algo interpretativo, até porque os registros jornalísticos são uma das principais fontes dos historiadores.

Bom, é difícil julgar a (im)parcialidade da historiadora responsável pelos livros didáticos, mas esse é um risco que se corre ao deixar que alguém precise de aprovação do MEC, durante a gestão do governo PT, para aprovar um texto que contenha análises sobre os governos PT e PSDB.