segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aliados e inimigos


Já afirmei em textos anteriores que o futebol se tornou, antes de mais nada, negócio. Porém, às vezes acontecem coisas que nos fazem repensar esse reducionismo ao fator econômico. Classificados para a fase semifinal do Campeonato Paulista, Palmeiras e Corinthians, históricos rivais dentro de campo – que o diga as torcidas organizadas – fora de campo são aliados políticos. Talvez não como foram EUA e Inglaterra em época de guerra, na verdade, estão mais próximos de um EUA e URSS – aliados apenas e um determinado momento contra um inimigo comum e não por afinidades reais.

Nesta aliança, Juvenal Juvêncio aparece como o inimigo a ser combatido independente das rivalidades entre os times, e a questão política entra em cena na frente da questão econômica. A discussão da vez é “onde será realizado o derby Palmeiras e Corinthians?” Como o mando de jogo é do time alviverde, sua diretoria, torcida e jogadores, vêem como prejuízo mandar o jogo no Pacaembu, casa “imaginária” do rival. Solução financeiramente mais rentável seria então mandar o jogo no Morumbi, onde o público e a renda da partida poderiam ser bem maiores. Porém, por questões políticas, ambos vêem com maus olhos essa possibilidade pois não querem dar visibilidade ao inimigo (mas não eram Palmeiras e Corinthians inimigos?)

Apesar de nesse caso, o fator político impedir o reducionismo do futebol ao fator econômico, vale lembrar que os protagonistas do clássico em questão estão ambos construindo (ou pelo menos tentando) estádios modernos para abrigar suas equipes, o que dará a cidade de São Paulo pelo menos três opções de grandes palcos do futebol (e por que não de shows internacionais) e tirará da equipe do Morumbi o quase monopólio por ele exercido nesta questão.

A intersecção entre política e economia praticada pelos dirigentes do futebol fica muito clara neste caso pela famosa prática do lobby, tão bem exercido pelos clubes enquanto os torcedores se matam do lado de fora dos estádios. Agora, se Palmeiras e Corinthians erguerão mesmo seus novos e modernos estádio, só o tempo irá mostrar.

Um comentário:

  1. Falando na construção ou não dos novos estádios, Walter Feldman, Secretário de Esportes e Lazer de SP, afirmou à rádio Estadão/ESPN que o Itaquerão "não será aprovado". Ouçam as declarações em:
    http://migre.me/4lbaw

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