segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

História esquecida


Às vésperas do aniversário de 456 anos da cidade de São Paulo, sítio arqueológico é encontrado durante o processo de reurbanização do Largo de Pinheiros, que espera a implantação de uma estação de metrô.

A descoberta, porém, parece não ter sido bem vista pela prefeitura de SP e pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização).

Irritada e preocupada com o atraso das obras, a prefeitura tenta abafar o achado com a proibição da entrada de jornalistas e câmeras. Os arqueólogos que trabalham no local também foram advertidos a não darem entrevistas.

Vários objetos como louças holandesas, francesas e inglesas já foram encontrados, além de garrafas do século XIX.

Para ver de perto a área das escavações, basta ir até a Rua Fernão Dias, 700 e olhar por entre as tábuas de madeira compensada que cercam o local.

Descobertas arqueológicas desse tipo são fundamentais para que possamos entender nossas origens, porém, parecem perder espaço para o crescimento (incansável) da nossa metrópole.

A prefeitura faz pouco caso. Só quer saber de entregar a obra prometida no prazo para não causar mais polêmicas, neste, que é um ano de eleição.

Por outro lado penso se esse ‘pouco caso’ com a descoberta não é um problema maior do que apenas um prefeito preocupado com a eleição. Segundo os arqueólogos que trabalham no local, os cartazes explicativos colocados por eles em frente ao sítio despertam pouca ou nenhuma atenção das pessoas que passam por lá.

Com a vida corrida que se leva em SP hoje, com o que será que a maior parte da população está mais preocupada? Com achados arqueológicos ou com a ampliação do metrô (que pode fazer com que as pessoas cheguem mais rápido em casa)?

É triste para um jornalista apaixonado por história como eu admitir isso, mas parece que a história do que fomos e de como chegamos aqui cai, cada vez mais, dentro do buraco negro gigante gerado pela correria do dia-a-dia da grande metrópole.

Um comentário:

  1. Vejo da seguinte forma: infelizmente o Brasil é um país em que as pessoas (e autoridades) ñão se preocupam nunca com a história vivida, se preocupam só com o que será conveniente hj. É por isso que temos o centro de Sampa aos pedaços, um lixo (e de algumas outras cidades idem)...o que é uma pena para historiadores, arqueólogos e pessoas comuns entenderem o passado da sociedade.

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